segunda-feira, 15 de novembro de 2010

18:15


Estava deitada de barriga pra cima no banco, pensando e olhando a lua crescente. Preferia estar ali no sereno, como diziam seus pais, do que em casa. Ali, Ana sentia paz. Ouvia o barulho do vento nas folhas das árvores, o som das vozes dos grilos e das pessoas do outro lado do muro. Cantava baixinho algo que parecia um choro para se embalar. E com o friozinho que estava fazendo só faltava uma coberta pra pegar no sono.

Olhando pra cima, via a lua e uma estrela brilhando forte perto. A primeira estrela que apareceu no céu. Havia outras mais tímidas ao longe, mas para ver estas ela teria que virar a cabeça. Ainda no céu, tinham algumas nuvens densas indo pra esquerda. Quando estas passavam na frente da lua, parecia que ela cantava no seu lugar. Suas crateras eram os olhos e as sombras das nuvens, a boca.

Embaixo dela e do banco, grama. Como não tinha luz alguma acesa, o chão estava negro, como um reflexo da noite num lago. O pé de jasmim ao lado do banco estava deixando cair suas flores. Focos de luz na noite.

Com o fim da música, ela ia adormecendo. Seus olhos começaram a pesar e só via metade da lua. Entregou-se ao sono. Dessa vez ela faria algo que não fazia há anos. Ela sonharia.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sons e luzes que passam.

O marido saiu faz umas horas e ela resolveu ficar a sua espera. Sentou-se na poltrona verde-musgo tão querida por ele; e calma, por fora, ouviu as badaladas do relógio. Pegou um dos copos que ele usava, de vidro, e o encheu com um líquido que todos diziam fazer relaxar e esquecer os problemas.

A cada zunido de carro passando e fresta de luz que entrava por baixo da porta, ela ansiava que fosse o farol do carro dele e que ele estava saindo, vindo para ela.

Tomou um gole e resolveu andar pela casa, deveria ajudar a fazer o tempo parecer passar mais rápido. Ah, como tudo aquilo lembrava ele: os charutos em cima da mesa, o modo de desorganização ajustada que estes estavam dispostos e principalmente o cheiro: fumo, menta e colônia pós-barba que estavam até nas cortinas. Os chinelos confortáveis embaixo da poltrona que há pouco estava sentada e o jornal mal dobrado no braço desta.

Sabia que com tanta ansiedade não conseguiria dormir, entretanto foi se deitar. Amanhã seria um dia longo e... Quem ela queria enganar? O único motivo que a fez quase correr escada acima foi o som de chaves mais alto que os outros. Não queria que ele chegasse e percebesse que ela, mesmo com o casamento desmoronando, não conseguia ficar em paz enquanto ele não chegasse.

Tinha aprendido um amor diferente com ele, mas não só isso. Aprendera a ter orgulho também. Deitou-se e depressa se cobriu, fechou os olhos. Ouviu-o entrar, trocar de roupa, e não precisava abrir os olhos; tinha certeza que ele estava lá. Mas só conseguiu dormir quando sentiu a presença dele ao seu lado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dois olhos negros.

Ela olhou para cima e lá estavam aquelas duas orbes a encarando, acompanhadas de um sorriso presunçoso e encantador. Fazia duas horas que os amigos tinham se reunido e ele havia chegado. Apesar de não ser o ideal de beleza, ela havia se encantado com ele. Tanto que não emitiu uma vogal desde que o vira pela primeira vez.

Enquanto os outros falavam, sua mente vagava de ponto em ponto. Já seus olhos sempre voltavam aos dele. Os olhares furtivos eram de ambos. Ela corava e abaixava os olhos, enquanto ele continuava a olhá-la como se o infinito ali estivesse.

Queria muito levantar a cabeça e encará-lo de volta, desvendar o segredo que aqueles olhos possuíam. Eram escuros e infindos como a noite e pareciam querer contar uma história diferente a cada bater de cílios do seu dono.

Não importava mais o assunto que rolava na mesa, devia ser algo acerca da população chinesa ou guerras. A única coisa que a interessava eram os olhos. Xícaras de café preto e fumegante numa noite fria. Repletos de aconchego e calor, mistério e misticidade que ela adoraria descobrir.

Ai! Se ele chegasse mais perto e tomasse seus lábios em um beijo. Ai! Se os braços dele a livrassem do frio e a dessem calafrios.

Continuou afastada da conversa que se estendia ao passar da hora. Preferiu se perder no mundo novo oferecido pelos olhos do cara sentado ao seu lado, esse deveria ser bem mais interessante que o mundo onde ambos estavam afastados demais.

Descascando terceiros

Estava sentada esperando minha vez de ir ao balcão colocar uma carta pra envio. Um senhor na minha frente exibia raros fios brancos e uma careca lustrosa. Tinha também um sorriso bondoso. Ele parecia o tipo de pessoa que tinha sido casado durante uns 40 anos e que só havia tido um amor em toda a vida.

Deveria contar estórias, grandes epopeias aos netos, para que estes tivessem a imaginação alimentada. Tem cara de quem toma chá de camomila todo dia na mesma hora, porque o médico proibiu o café. Dorme com as galinhas e acorda com os galos, e não gosta de descansar sem precisar. "Deixa pra descansar quando morrer."

Deve gostar de ler jornal, mas não deve ser fã de literatura lírica. Pra ele, o amor de sua esposa lhe bastava. E na música! Ouve Bartolomeu Galeno e boleros e tangos que falam de amor. Deve ter um neto preferido, que os outros dizem ser "a sua cara", e para este sempre dá 10,00 reais a mais no fim de semana. Seu bordão deve ser comum a muitos de sua idade: "No meu tempo...".

Imaginei tantas coisas da vida desse senhor que deu vontade de sentar ao seu lado e dizer: "Bom dia, como vai?" e escutar todos os causos que ele quisesse me contar, inventados ou não. Entretanto, ouvi o som que indicava que o 421 havia sido chamado para depositar a carta.

Carta, coisa que era muito mais valorizada no tempo do senhor que estava a sua frente.

domingo, 12 de setembro de 2010

Por que todo mundo precisa de alguém?

Agora, século XXI, todos estão se tornando independentes cada vez mais cedo. Saem de casa mais cedo, iniciam no mercado de trabalho mais cedo, saem da área de segurança muito antes do normal. No setor econômico e social todos querem independência, então por que não no emocional também?

Ainda no agora, século XXI, quanto mais cedo se arrumar um cônjuge, melhor. No setor do coração, quanto antes se tiver um par, melhor você estará.

Por que isso acontece ? Se temos tanta independência na parte econômica, não é por causa de dinheiro; afinal mulheres não dependem mais de seus maridos financeiramente. Estabilidade social, também temos. Família não se acaba por falta de namorado, e pelo que muitos dizem: "Amigo bom é amigo solteiro."

Não será isso tudo culpa do medo?

Medo de não ter pra quem contar todas as novidades quando chegarmos do trabalho? De não ter quem esquente o lado esquerdo da cama? Não ter de quem lembrar o cheiro num momento de nostalgia ou só medo de ficar sozinho? As pessoas têm tanto medo da solidão que não se permitem mais viver algo que não seja em função de procurar a metade que sempre está faltando.

Mas quem disse que essa metade tem que ser em outra pessoa? Será que essa metade que está faltando não é nada mais que ausência de auto-conhecimento?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Without you.

*Continuação de "Atrasada".

Acordou novamente as 3:00 AM, não conseguiria dormir enquanto ele dominasse seus pensamentos. Rolou prum lado e pro outro, inquieta. Por fim decidiu se levantar e ir na janela.

Estava cansada da rotina, sua vida parecia ser feita de um dia que ficava se repetindo. Precisava de um hobbie, algo que a distraísse por um tempo. Entretanto, ela já tinha um: pensar nele. Quando pensava nele ficava totalmente fora do eixo, se desligava do resto e só havia ele e uma cena romântica na chuva. Ela precisava dele como o corpo precisa de energia.

Ainda estava na janela, olhando a rua deserta; tendo a Lua como única confidente de toda sua dor resolveu dar vazão aos seus sentimentos. Tentou de todas as maneiras mas parecia que seu coração, por possuir um sentimento tão puro como o amor, nunca seria habitado por lágrimas.

Será que se ela conseguisse, nem que fosse só por um momento, tirar esse sentimento de dentro de si, não ficaria melhor? Já exalava melancolia de tanta que tinha dentro de si. Só que ela não conseguiu. A única solução seria esperar pelo fim. Ela nunca havia sido paciente, mas determinadas circunstâncias merecem certas medidas. Começou a chover.

Voltou para a cama, enrolou-se no lençol e se deixou imaginar que aquele era o abraço dele. Fechou os olhos e decidiu esperar o fim de seu tempo amando aquele que já não estava mais ao seu lado.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Atrasada.

Acordara decidida a se declarar. Por que hoje? Não sabia; mas hoje parecia ser um dia diferente dos outros todos. O Sol parecia brilhar mais, as nuvens pareciam mais fofas e até o galo da casa vizinha parecia mais afinado. Ela se arrumou, penteou os cabelos negros, passou o perfume que ele tinha dado e saiu.

Gostava dele desde que haviam se conhecido: foi numa tarde fria de agosto de 2005. Ela entrou no primeiro café que viu na rua e sentou-se. Ele apareceu e não tinham mais mesas vazias. E, como ambos pensavam, sentar ao balcão é estranho. Compartilharam uma mesa. Ela sentiu arrepios desde o primeiro sorriso dele, que veio acompanhado de um: "Com licença, posso me sentar com você?"
Ora, como ela iria negar?! Era o sorriso mais lindo do mundo! E só com esse sorriso ele conseguiu fazê-la ficar sem respirar. Daí a conversa fluiu. Perceberam que não tinham NADA em comum. Enquanto ela preferia doce, ele gostava de amarelo. E sendo praticamente opostos, eles se completavam.

Ela tinha esse sentimento guardado desde essa tarde, e agora, após cinco anos, ia revelá-lo a ele. Estava com saudades, não se viam há duas semanas, e isso só aumentava sua vontade de falar tudo pra ele.

Com o pensamento otimista, andou sete quarteirões até a casa dele, aproveitou o tempo para ensaiar o que falaria quando ele atendesse a porta. Chegou, respirou fundo e tocou a campainha. Minutos depois uma senhora conhecida abriu, com um semblante sério. Estranhou, afinal ele morava sozinho.

Perguntou o que a senhora fazia ali e ela, fungando, disse para a moça entrar. A casa estava lotada de pessoas que ela não lembrava o nome, mas que já tinha visto algumas vezes. Achou o clima muito estranho e perguntou: "O que aconteceu aqui?". Alguém apontou para a sala ao lado, vazia, e ela foi para lá. Antes não tivesse ido.

Ele estava tão "não-ele". Lá, deitado, a madeira do caixão contrastando com sua pele alva. Ela não chorou, mas sentiu um aperto sem medida no pulmão. Aproximou-se do caixão, ajoelhou-se e chamou por ele. Atitude estúpida, afinal ele não ouviria! Mas ela precisava ter certeza de que ele tinha se ido pra sempre.

Abriu a boca e fechou várias vezes, como que criando coragem para falar. "Agora não vai adiantar de muita coisa, mas eu queria que você soubesse: desde o primeiro instante que a gente se viu eu soube que você teria alguma importância pra mim. Afinal você também não quis sentar ao balcão." Riu e continuou. "E eu estava certa, você se tornou tudo que eu precisava pra viver, era a pessoa mais importante da minha vida. Eu te amo. Eu sei que essas três palavras não dizem tudo o que eu sinto, mas é um começo. Eu te amo e te deixei escapar. Cheguei atrasada, como sempre, e agora você não está mais aqui. Espero que de onde você esteja, consiga entender o que eu estou querendo dizer. Obrigada por fazer parte da minha vida e me desculpe por não ter feito parte da sua.” Levantou-se e saiu.

Não quis acompanhar o cortejo, seria demais para ela. Preferia ficar com a lembrança dele aberto. Caminhou novamente até sua casa e quando chegou, jogou-se na cama. Tentou dormir, quem sabe em seus sonhos ela tivesse outra chance. Outra chance que ela aproveitaria mais cedo e não se arrependeria de ter feito algo muito tarde.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Esperando o inesperado.

Vejo os carros ficarem pra trás e não ligo, estou no ônibus indo pra casa, nada mais importa. Encosto a cabeça na janela e me deixo pensar. Pensar que todos os dias só não eram iguais, pois aumentavam um número na contagem para o fim do mês. Todos os dias: acordo, enrolo pra ir tomar banho afinal ultimamente está fazendo um frio que impediria qualquer um de sair da cama as 6 da matina. Como, vou para o ponto de ônibus.

Assisto às aulas, converso com minhas amigas, sempre com um sorriso no rosto pelo simples fato de estar com elas. Mas no fundo eu sei que falta alguma coisa. Volto pra casa num calor insuportável e num ônibus que mais parece uma lata de sardinha. Outro banho, totalmente diferente do outro, almoço e vou para o computador. Escrevo, assisto, falo. Janto, outro banho, durmo.

Raramente essa rotina muda. É esse lenga-lenga todo santo dia. Minha vida anda tão monótona quanto uma simples lavagem de louça. Começa com a água, esponja e sabão, mais água e só resta esperar secar. Eu estou no processo de secagem, no escorredor. Preciso que algo de novo me aconteça, um tipo de detergente novo, uma esponja diferente, trocar de pia quem sabe?!

Metáforas de lado, eu preciso de uma guinada! Algo totalmente diferente pra me tirar do tédio. Pegar um ônibus que me leve pra algum canto que não minha casa após as aulas, mas que eu também não saiba para onde vai. Encontrar alguém que eu não esperava na rua. Um sorriso por um motivo diferente do normal. Um assunto diferente pra discutir além das mesmas coisas, dos mesmos problemas. Mudar o jeito de fazer certas coisas, trocar móveis de lugar só pra ver a casa diferente.

sábado, 7 de agosto de 2010

Redação escolar: o valor da diferença

Há tantos tipos de risos, de olhares, de vestimenta, de se expressar. Tantos gostos e preferências, tantas personalidades e muitas músicas. Cada um com seu jeitinho: têm sorrisos mais abertos que mostram os 32 dentes e demonstram o quão feliz e idiota você é; mas também têm sorrisos tímidos sem um canino à mostra.

Têm olhares sedutores, atrevidos e ousados, que conseguem tudo o que querem. Outros mais mortos que não dizem nada além de "Olá" ou tão mortos a ponto de expressar melancolia.

Existem vestimentas como existem modos de se despir: combinações de cores inusitadas, terno e gravata pretos com camisa branca, roupas caras da Channel e roupas de brechó. Pessoas que não ligam pra roupas, nudistas, e os que valorizam tanto que chega a ser um vício.

Diversas maneiras de se expressar: por palavras, por atos, pequenos gestos... Alguns dançam, pintam, gritam principalmente; Ainda há os que simplesmente não conseguem, de maneira alguma.

Samba. MPB. Pagode. Funk. Hip Hop. Pop. Indie. Rock. Axé. Rebolation é bom, bom. Verão. Inverno. Primavera. Outono. Claro. Escuro. Alto. Baixo. Tem gente que gosta de Carnaval, e tem gente que gosta de ficar em casa.

Há tantos formatos: de arquivos, geométricos. Tantas plantas e flores, vários sabores, bichos, cores, sentimentos e pessoas. Desiguais palavras para um significado. Sinônimos.

Todos à sua maneira; Imagine se tudo fosse uma massa cinzenta? Ninguém saberia dizer se um é um, e dois é dois. As distinções têm alto valor, pois sem elas o mundo seria monótono e cansativo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cotidiano.

A manhã apareceu e com ela, a garota acordou. Após 3 semanas mal dormidas, foi a primeira vez que teve uma boa noite de sono. As coisas deviam estar melhorando. Deixou a preguiça de lado e foi escovar os dentes, olhou-se no espelho e foi para cozinha. Eram somente 6:00 AM ela ainda tinha duas horas até ir pro trabalho. Comeu uma pêra, embora não fosse sua fruta preferida era a única que tinha ali. Fez uma nota mental de ir ao supermercado o mais rápido possível; calçou uma pantufa e foi até a padaria mais distante.

As ruas não estavam tão vazias quanto esperava: algumas senhoras caminhando pela pracinha que ficava em frente ao prédio que morava e alguns senhores jogando xadrez. Ela não sabia jogar xadrez; quem sabe algum dia, quando tivesse 60 e poucos anos, já não tivesse aprendido?! Também viu algumas mães com seus bebês passeando para que seus filhos recebessem sua dose diária de vitamina D. Talvez algum dia fosse mãe e chamaria ela, ou ele, de Madalena ou Gustavo. Sorriu com a idéia.

Chegou à padaria e pediu o de sempre: quatro pães "francês" e dois pães "doce". Olhou para o lado e viu seu vizinho de frente. Sorriu, ele sorriu de volta. Sentiu algo gelado em seus pés e olhou pra baixo: viu um cachorro cheirando-a. Era o buldogue do vizinho, já tinha os visto passeando.
O vizinho riu e disse: “Ele gostou de você”. Ela deu um sorrisinho nervoso e respondeu olhando pra baixo com uma feição engraçada: “Acho que até demais”. O olhar dele seguiu o dela e ele viu que o seu cachorro tinha feito suas necessidades no pé da moça. Ficou vermelho e disse: “Bob! NÃO!” e tirou o cachorro de perto dela. Ela riu e disse: “Não tem problema. Mas, Bob? Por que Bob?” E ele respondeu: “É Bob de Bob-ão” Ela riu com gosto da piadinha tosca dele, pegou seu pão e pagou; ele repetindo o ritual em seguida.

Saiu da padaria com ele, conversaram durante todo o caminho, sobre Bob, tempo, música, profissões, comida e tantas outras coisas. Ela descobriu que ele gostava de ler, adorava torta de maçã, não gostava muito de festas e era veterinário. Ela o contou que tinha passado no primeiro vestibular, que sempre quisera ter um cachorro e que era muito desastrada. Disse também que gostava do interior porque lá as estrelas parecem ser mais brilhantes e que acreditava em astrologia e ele disse que gostava de desenhar e de Beatles.

E assim o caminho acabou, ele sempre com um sorriso no rosto. Quando chegaram na rua em que moravam, ela perguntou por que ele estava sorrindo tanto. Ele respondeu que a partir do momento em que a viu entrar na padaria sabia que gostaria de conhecê-la. Ela ficou sem graça e ele a beijou. Com os olhos arregalados ela não soube o que fazer nesse momento. Só correspondeu. Por incrível que pareça, tudo ficou cinza e eles eram os únicos presentes na rua toda. Eles e Bob, é claro. Foi um beijo terno e significativo. Nada que parecesse com último capítulo de telenovela, e sim algo que simplesmente dizia o quanto eles gostariam que tudo aquilo fosse exatamente do mesmo jeito se acontecesse novamente.

Separaram-se, sorriram. Incrível como certos sentimentos fazem tudo parecer melhor. Nada mais precisava ser dito.

domingo, 1 de agosto de 2010

Tomorrow.

" Como diz a minha mãe: Embora a vida não pareça justa (e não é), ela nunca vai te deixar tão mal que você não possa suportar. O amanhã sempre será diferente e especial."
Cintya Franco citando Cristina Franco.

Precisa de mais alguma coisa?

domingo, 18 de julho de 2010

Maybe this time.

Às vezes ela pensava em como não queria ser só mais uma, em quando seria sua vez. Queria ter para quem acordar, e com quem conversar durante horas. Ela queria que aparecesse para ela o imperfeito perfeitamente.

Queria que ele a acordasse com um beijo na testa, e um "Bom Dia, você é muito importante pra mim". Queria passeios ao ar livre em que um corresse atrás do outro só para terem aquela sensação de se encontrarem como se fosse a primeira vez novamente.

Queria um cachorro que fosse mais dele do que dela, e que ela fingisse não gostar muito, mas que no fundo fosse como um filho. Não queria que ele aparecesse na porta de sua casa, com um buquê de 24 rosas num dia de tempestade pra pedir desculpas. Bastava que ele aparecesse num dia qualquer, com uma margarida, ou um girassol, afinal ela sempre gostou mais de flores do campo, só porque passou na frente da floricultura e achou que era a cara dela.

Queria que ele tivesse o sorriso mais radiante do mundo, pra ela e por ela.

Ela queria tantas coisas, mas nem tudo é como ela quer. Se acostumou a continuar não sendo a única para um alguém e aprendeu a sonhar que um dia conseguiria. Quem sabe dessa vez ela não fosse a sortuda? Quem sabe dessa vez ela não encontrasse a tão procurada tampa da panela? Sonhar não custa nada.

PS. Post dedicado Cintya, porque ela que sentiu falta dos meus posts. <3

terça-feira, 15 de junho de 2010

Vai nessa Brasil!

De 4 em 4 anos acontece a Copa do Mundo, evento onde países se reúnem durante um mês para disputar o título de melhor futebol. Durante esse mês, o Brasil pára! Acontecem feriados tirados não sei de onde só para o país todo poder assistir ao jogo, cada canto é decorado com verde e amarelo, bandeirinhas são penduradas nas janelas dos carros e a cada dia todos dizem que acreditam no Brasil.

Engraçado que só durante esse mês não é? Dizem as más línguas que "brasileiro só é patriota em copa do mundo", isso pior que é verdade. Entretanto, pelo menos somos alguma vez.

Não sei vocês, mas eu fico emocionada em Copa do Mundo. Afinal, a gente já reclama tanto da política, da educação, da saúde, de tudo praticamente, que é bom ter algo do que falar bem de vez em quando.

Brasileiro que é brasileiro ama seu país, porque sabe que não existe canto melhor que sua pátria, mas também sabe que ela pode melhorar! Por isso que a gente quase sempre tá dizendo que o Brasil não presta. Não presta nas partes que um dia melhorarão.

Mas é tudo da boca pra fora, porque quando a gente escuta o hino, canta junto. Quando vê um gol perdido, ou qualquer ponto de outro esporte, xinga até a coitada da mãe do que fez a gente perder. Quando se vê longe, sente muitas saudades. Apesar dos pesares, gostamos daqui.

Lembram da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias? Aposto que sim. Tirando a barra forçada da época, desde sempre a gente sabe que no Brasil é bom de se viver. Então, corrigindo: Brasileiro só se MOSTRA patriota nas Copas do Mundo, mas todos o SÃO todos os dias.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Garota de floral.

Ela nunca imaginara que indo na casa de uma das amigas da mãe iria encontrar o primeiro amor. Aconteceu à primeira vista, ela olhou pra ele e percebeu o quanto seus mundos foram feitos para se cruzar.

Ele estava deitado no sofá, ouvindo uma banda que ela nem sabia que existia. Olhou-o e viu, não um exemplo de beleza digna de Apolo, e sim olhos que a fizeram sentir a calma e serenidade que sempre buscou. Ele a encarou com um ar de riso, ela ficou vermelha e sorriu de volta.

Dali surgiu uma amizade, encontraram gostos e opiniões em comum, mas ela e sua cabeça dura sempre batiam de frente. O primeiro beijo aconteceu num dia de domingo, na escada; ela fez o que tinha que fazer e correu escada abaixo. Era o primeiro beijo deles e também o dela. Foi tudo por causa de uma aposta, maldita aposta. Ela viciou nele.

Passou-se um ano, vieram problemas. E como tudo o que é bom, acabou. Mas não pensem que algum dos dois ficou triste, foi o melhor.
As duas coisas mais importante ficaram: a amizade e a lembrança. Amizade que nasceu, evoluiu e voltou ao ponto inicial. Foram bons tempos e o melhor ficou guardado.

domingo, 16 de maio de 2010

Apesar de tudo ela tem sonhos.



Estava conversando com um amigo meu e ele me perguntou qual era meu sonho, eu respondi: "Sempre que eu vejo uma estrela cadente, eu já vi duas, eu desejo ser feliz. Acho que esse é meu desejo, e ele já é realizado. O material é a faculdade, e acho que o amor também, clichê não?"

É D. Érika, bastante clichê. Todo mundo sonha com isso, queria saber se quem conseguiu se formar, casar e finalmente ser "feliz", alcançou as portas do paraíso.

Enquanto eu sonho com isso, tem gente que sonha com coisas totalmente diferentes como: viajar pra algum lugar, se declarar pra quem gosta, um show da banda favorita na sua cidade, etc. Depois que conseguem realizar esses, que sonhos vêm? Praticamente a mesma coisa ou dão aquela guinada e mudam totalmente de rumo?

E você, qual seu sonho?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Medidor de amor.



Afinal, por que todos acham que para expressar seu amor tem que fazê-lo de forma grandiosa e espalhafatosa?

Acredito que os que sobem em bancos de praças públicas e gritam aos quatro ventos seus sentimentos, estão expondo-os para o mundo e não para o destinatário. Não há mais amor em um grito, um balão com bexigas gigantes em forma de coração ou em um outdoor do que pode haver em uma única rosa, um bilhete ou em sussurro.

O amor não é medido pelo jeito que é expresso e sim pela quantidade de borboletas que aparecem no nosso estômago quando vemos quem gostamos, pelo aumento repentino de batimentos cardíacos por segundo, pelas mãos suadas e pela gagueira, às vezes até pela falta de ar. São tantos "sintomas" que é simplesmente desnecessário o uso de palavras quando tudo é mostrado por si só.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Aula de inglês, ao infinito e além.

Eu estava dentro do ônibus, indo pra casa, olhei pela janela e vi uma andorinha batendo as asas.

Quantas vezes um pássaro bate as asas por minuto? Quantas vezes um coração bate por segundo? Quanto tempo leva para encontrar o tal amor verdadeiro? Para piscarmos os olhos após nos assustarmos com um filme trash de terror? Quanto tempo demora para a aula mais tosca acabar?

A vida passa rápido e não nos espera. Dê-se conta de que se tem de aproveitar cada minuto como se fosse o último. Voe quando quiser voar. Grite quando quiser gritar. Corra assim que der vontade. Pule, tente estar em dois lugares ao mesmo tempo (é impossível, mas tente), dance, coma, durma, sonhe, relaxe, goste, faça o que der vontade.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

3 minutos.

Ela pega a panela, coloca água dentro, liga o fogo e coloca a água pra esquentar.

Fica olhando as bolhas se formarem no canto da panela e lembra das bolhas que se formam na calha quando a chuva é muito forte, das bolhas que saem da mistura de água e sabão quando sopradas em um canudo.

Abre a embalagem, olha pela brecha da porta da cozinha e vê uma vizinha indo chamar a outra pra brincar, retira o macarrão semi-cozido e joga dentro da panela, mexe.

Lembra do quanto comia esse tipo de macarrão com os primos nas viagens ao interior em que a avó mora. Olha pela janela e vê um sorriso. Um sorriso que traz felicidade, não importando quão depressivo esteja quem recebe. Coloca o tempero na panela, mexe mais cinco vezes no sentido anti-horário.

Coloca o conteúdo na peneira, coloca molho de tomate e joga tudo no prato. Impressionante como 3 míseros minutos pra fazer um miojo podem representar um infinito de pensamentos pra quem se deixa levar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Adooro!

* Adoro cheiro de pipoca.
* Adoro achar dinheiro, ficar zapeando canal e achar o filme perfeito.
* Adoro Nando Reis.
* Adoro dançar Lady Gaga alok, adoro cachorro, adoro desenho animado.
* Adoro a manhã, adoro Johnny Depp, ADORO conversar.
* ADORO ler e escrever (alfabetizada com orgulho, oê), adoro jogar Guitar Hero e Mário.
* Adoro os Barbixas, adoro Bridget Jones, adoro blogs de humor, adoro as tirinhas do umsabadoqualquer *-*
* Adoro as ligações beeem demoradas de Emília de meia-noite em diante, adoro família Addams, adoro praia, adoro ser irônica.
* Adoro fotografia, adoro detalhes, adoro filmes que ninguém gosta.
* Adoro futebol , adoro UNO, adoro andar de bicicleta, adoro cookies, aliás adoro comer, adoro fanfic.
* Adoro Marcelo Adnet, adoro lembrar de coisas debaixo do chuveiro, adoro Harry Potter, adoro As Crônicas de Nárnia.
* Adoro Meg Cabot, adoro reggae, adoro falar merda e rir sozinha, adoro postar no blog pra ninguém ler, adoro Forfun.
* Adoro seriados que descobrem a causa da morte de alguém (Cold Case *-*), adoro quando o bem vence o mal mas o vilão sempre
consegue escapar de algum jeito, adoro ficar na varanda até amanhecer.
* Adoro muita coisa que não caberia aqui, então é o fim.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Tudo o que eu odeio!

É, nem precisa de introdução. A primeira coisa que me faz querer arrancar os cabelos da cabeça à pinça é esperar, e o melhor de tudo é: eu sempre chego atrasada, não importa pra quê ou onde, mas eu SEMPRE me atraso. Acho que vou ali comprar um relógio.
Depois vem a mentira, odeio mentira, fala na cara logo, porra! Dói, mas é melhor do que ficar enrolando, naquele estica-e-puxa ridículo. Por isso que eu não tenho filtro entre os meus pensamentos e minha boca!
Terceiro de tudo: eu odeio ter escrúpulos, ficar pensando ao invés de fazer, eu falo tudo na lata mermo,mas pra fazer eu "sou mais froxa que calça de porta de loja".
Quarto: odeio e me irrita a hipocrisia, para os que não sabem: hipocrisia é em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem. Ou seja: 'Ai, eu odeio gays' E dois dias depois está trepando com alguém do mesmo sexo.
* Ah, odeio ervilha, azeitona e xuxu. Triste né? É.
* Odeio casais melosos, passo longe do shopping no dia dos namorados. Ai nenén, bonequinha, pinxeza, xuxuzinho (ai junta com o xuxu que eu odeio então...)
* Odeio a lei que diz que pessoa legal/bonita/interessante é magra.
* Odeio que me ignorem, acho que por isso eu falo sozinha -q
* Odeio todos os meus sutiãs com todas as minhas forças. Eles são bregas e eu odeio eles! Não há quem me mude em relação a isso.
* Odeio cheiro de cigarro.
* Odeio gente lenta, odeio quando eu não escuto o que tão falando e quando eu presto atenção me dizem: Esquece!
* Odeio quando falta assunto, odeio amor não correspondido, odeio quando sobe muita plaquinha, odeio enxugar louça.
* Odeio filme de terror.
Odeio muita coisa viu? Odeio até quando a gente fala muito alguma palavra ai fica achando ela estranha, como agora, odeio...
É, tô começando a me odiar também. Brinks

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Promessas do recomeço.

Isso aí, Feliz 2010! Começando mais um ano, aquelas simpatias, pular as sete ondas, comer uva, lentilha, guardar caroço de romã, subir numa cadeira e jogar moedas de um real pela casa... Cada um com seu cada qual né? Todo mundo fazendo metas pra esse ano, eu fiz! Já cumpri duas, não é bonito? É lindo.

Baseado em todo o meu conhecimento: a maioria das metas do povo é: emagrecer, arrumar um namorado, passar de ano na escola, arrumar mais de um namorado, arranjar dinheiro e por aí vai.

Mas como fica "pro povo" que desiste fácil e não chega nem na segunda meta? Assim, pra quem quer emagrecer e logo no 2° dia do ano já devora metade do peru que restou da ceia?!

Pra quem quer um namorado e já começa o ano falando mal de homem, com A frase "Homem não presta" ou "Isso é uma raça ruim"?! Pra quem quer dinheiro e já quebra o porquinho que ganhou de Natal enquanto o pobre coitado do porquinho só tem 10 centavos dentro?!

Pra esse povo só resta a depressão pós-virada e o melhor remédio pra isso é fazer outra lista de metas, com muitas exceções.