segunda-feira, 15 de novembro de 2010

18:15


Estava deitada de barriga pra cima no banco, pensando e olhando a lua crescente. Preferia estar ali no sereno, como diziam seus pais, do que em casa. Ali, Ana sentia paz. Ouvia o barulho do vento nas folhas das árvores, o som das vozes dos grilos e das pessoas do outro lado do muro. Cantava baixinho algo que parecia um choro para se embalar. E com o friozinho que estava fazendo só faltava uma coberta pra pegar no sono.

Olhando pra cima, via a lua e uma estrela brilhando forte perto. A primeira estrela que apareceu no céu. Havia outras mais tímidas ao longe, mas para ver estas ela teria que virar a cabeça. Ainda no céu, tinham algumas nuvens densas indo pra esquerda. Quando estas passavam na frente da lua, parecia que ela cantava no seu lugar. Suas crateras eram os olhos e as sombras das nuvens, a boca.

Embaixo dela e do banco, grama. Como não tinha luz alguma acesa, o chão estava negro, como um reflexo da noite num lago. O pé de jasmim ao lado do banco estava deixando cair suas flores. Focos de luz na noite.

Com o fim da música, ela ia adormecendo. Seus olhos começaram a pesar e só via metade da lua. Entregou-se ao sono. Dessa vez ela faria algo que não fazia há anos. Ela sonharia.

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