quinta-feira, 25 de junho de 2015

Itinerantes: histórias de quem vive no circo

"É difícil eu dizer pra você como é não viver no circo, porque o que eu conheço da vida é viver no circo", diz Cristina Sbano, filha e neta de artistas circenses que viveu os 46 anos da sua vida como seus antecessores: trabalhando em circos de todo o Brasil. Ela já foi de tudo um pouco, de palhaça a apresentadora de espetáculo, e hoje coordena as coreografias executadas no Mirage Circus. A história de Cristina é a que pode ser chamada de tradicional nessa situação.

Saiba mais sobre essa e outras histórias de vidas de circo na reportagem produzida por mim e amigos do curso de Jornalismo/UFRN para a disciplina de Reportagem, pesquisa e entrevista.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Sobre tempo e abraços

Einstein já disse que o tempo é relativo, e disso qualquer amante à espera de seu amado é prova viva. Para quem espera aquele abraço com um cheiro no pescoço, as horas se arrastam. Enquanto pro resto do mundo passaram-se duas semanas, já se foram bem uns 20 dias, quase um mês de batidas de um coração apressado.

A ansiedade vai comendo por dentro enquanto você come a parte de fora, a começar pelas unhas. Por dentro tudo acontece em time lapse e ao redor, as coisas mal se movem em slow motion. Parece que a velocidade dos ponteiros do relógio vai ser sempre inversamente proporcional à sua vontade de que o tempo passe. Uma volta do ponteiro maior parece exatamente igual a uma do menor.

Que nem criança mal-criada, o Tempo só faz o contrário do que você quer. É só acontecer o primeiro abraço que, num piscar de olhos, Ele voa. Aquele abraço em que tudo é calma e nada de mal pode acontecer. Aquele abraço que faz você achar que está o mais próximo que se pode chegar do Paraíso na Terra. É um aperto bom que junta todos os pedacinhos que o Tempo espatifou.

Nesse abraço, enquanto o tempo corre, tudo para, num paradoxo gostoso de viver que não precisa ser explicado em teorias científicas.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Presente de dia dos namorados

Apesar do espírito consumista que rodeia esse 12 de junho, o que eu quero de presente nesse Dia dos Namorados não precisa (nem pode) ser comprado. Você me perguntou tanto o que eu queria ganhar, e eu, que não soube responder na hora, te digo.

Quero que o dia passe bem rápido para chegar logo a hora de eu te ver. Quero beijo na nuca. Quero os teus braços ao meu redor da minha cintura. Quero aquele sentimento de que nada pode me atingir só porque estamos juntos. Quero deitar a cabeça no teu ombro e encaixar meu nariz na curva do seu pescoço.

Não quero porta-retrato, quero registrar na pele nossos momentos juntos. Não quero um relógio, quero que o tempo pare. Nem roupas, quero é tê-las arrancadas do meu corpo. Ou talvez aquele seu casaco velhinho, que você sempre deixa no carro só pro caso de eu sentir frio.

Não quero um jantar no melhor restaurante da cidade, quero aquela lasanha maravilhosa que só você sabe fazer. Não me traga um buquê de rosas, nem colar de ouro, nem sapatos de salto. Quero só um bilhete, uma massagem no pescoço e subir nos teus pés para dançar.

Quero aquele sussurro ao pé do ouvido que faz as batidas do meu coração parecerem um tambor marcando o ensaio de uma escola de samba. Quero o carinho que dá arrepios e borboletas no estômago. Quero ficar hipnotizada pela intensidade com que me olhas.

Quero só estar com você, e não só nesse dia, mais um no calendário. Quero estar sempre que possível e quando não for tão possível também. Só uma olhadinha durante um almoço, um beijo de despedida e correr de volta pro trabalho com a certeza de que amanhã vou te encontrar de novo.