terça-feira, 23 de junho de 2015

Sobre tempo e abraços

Einstein já disse que o tempo é relativo, e disso qualquer amante à espera de seu amado é prova viva. Para quem espera aquele abraço com um cheiro no pescoço, as horas se arrastam. Enquanto pro resto do mundo passaram-se duas semanas, já se foram bem uns 20 dias, quase um mês de batidas de um coração apressado.

A ansiedade vai comendo por dentro enquanto você come a parte de fora, a começar pelas unhas. Por dentro tudo acontece em time lapse e ao redor, as coisas mal se movem em slow motion. Parece que a velocidade dos ponteiros do relógio vai ser sempre inversamente proporcional à sua vontade de que o tempo passe. Uma volta do ponteiro maior parece exatamente igual a uma do menor.

Que nem criança mal-criada, o Tempo só faz o contrário do que você quer. É só acontecer o primeiro abraço que, num piscar de olhos, Ele voa. Aquele abraço em que tudo é calma e nada de mal pode acontecer. Aquele abraço que faz você achar que está o mais próximo que se pode chegar do Paraíso na Terra. É um aperto bom que junta todos os pedacinhos que o Tempo espatifou.

Nesse abraço, enquanto o tempo corre, tudo para, num paradoxo gostoso de viver que não precisa ser explicado em teorias científicas.

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